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Mais Abraços // Segunda-feira 19 Agosto, 2024 // #laqueadura, #vasectomia
Atualmente, muitas mulheres e homens optam por cirurgias para não ter filhos. Neste caso, entram em cena os métodos contraceptivos cirúrgicos de laqueadura e vasectomia, que impedem o encontro entre espermatozoide e óvulo.
Ambos os métodos são altamente divulgados há tempos, mas ainda existem dúvidas sobre como são feitos, os indicies de eficácia e métodos de reversão. Por isso, neste artigo vamos contar todos os detalhes dos procedimentos. Saiba mais!
Afinal, o que é laqueadura? Conhecida também como esterilização permanente de mulheres, a laqueadura é uma cirurgia feita com o corte ou amarra nas tubas uterinas, o que bloqueia o caminho do óvulo em direção à cavidade uterina e do espermatozoide, vindo do canal vaginal. Esse bloqueio impede o processo de fecundação e, consequentemente, a gestação.
Geralmente, a laqueadura é feita através de um corte no abdômen, mas também pode ser feita por via vaginal e se faz necessária a anestesia.
“A indicação médica é que, após a cirurgia de laqueadura, a mulher não mantenha relações sexuais com seu parceiro por cerca de uma semana e use preservativos por cerca de um mês”, ressalta Camila Pinheiro, ginecologista e obstetra.
Embora seja uma cirurgia de pequeno porte, no pós-operatório pode haver dor abdominal. Por isso, não é indicado que a paciente faça atividade física normalmente após o procedimento, leva alguns dias, em média 10, para que ela se recupere e volte totalmente à rotina.
De acordo com a ginecologista, a idade mínima para fazer laqueadura, hoje, é de 21 anos, seguindo as orientações do Ministério da Saúde, para mulheres que não têm filhos. "Se a paciente já tiver dois ou mais filhos vivos, pode fazer o procedimento de laqueadura abaixo de 21 anos”, explica Camila.
Em junho de 2023 foi autorizado o procedimento de laqueadura para mulheres sem precisar do consentimento do cônjuge, como consta na lista do Ministério da Saúde: “Não é mais necessário o consentimento expresso de ambos os cônjuges para a realização de laqueadura tubária ou vasectomia”.
A cirurgia pode ser feita pelo SUS, que também oferece aconselhamento a interessados, feito por equipe de saúde, sobre os diversos métodos contraceptivos para auxiliar a tomada de decisão, que, mais uma vez, deve ser de livre escolha da mulher.
A paciente que quiser fazer esse procedimento pelo SUS deve ir à Unidade Básica de Saúde mais próxima e passar pela consulta e pelo grupo de planejamento familiar, que irá encaminhá-la à fila da laqueadura.
A profissional conta que, no caso de o procedimento ser feito pelo plano de saúde, a mulher passa por uma consulta com o ginecologista, que faz a solicitação. "Geralmente, após o pedido, são 60 dias para realizar essa cirurgia, nunca pode ser imediata”.
Segundo a médica, após a cirurgia pode haver alteração no ciclo menstrual e, por isso, um aumento de sangramento vaginal. Em raros os casos, há a perda do ovário caso a paciente já tenha alguma doença ou muitas aderências pélvicas (presença de tecido de cicatrização que se forma entre os órgãos pélvicos), o que pode levar à inflamação local intensa, provocando bastante desconforto.
Muitos homens que desejam fazer cirurgia para não ter filho podem não saber o que é vasectomia. O urologista Ricardo Vita explica: “A vasectomia é a cirurgia esterilizadora masculina, que faz com que um homem fértil se torne, por vontade própria, estéril, ou seja, incapaz de engravidar uma mulher ou doar sêmen com espermatozoides.”
Os espermatozoides são produzidos nos testículos, de ondem partem através de um emaranhado de canalículos, chamado epidídimo, e desembocam em um canal único, chamado ducto deferente. O ducto deferente, por sua vez, conduzirá os espermatozoides da região dos testículos até a região pélvica, nas vesículas semanais, onde se junta ao líquido seminal para formar o sêmen (esperma).
A cirurgia de vasectomia consiste em interromper esta transmissão pela retirada de um fragmento de 1 a 2 cm de cada ducto deferente, através de pequenas incisões escrotais impedindo, assim, que os espermatozoides cheguem às vesículas seminais. Com isso, o sêmen não terá presença de espermatozoides, o que, consequentemente, inviabiliza a fecundação.
Mas vale lembrar que, após a cirurgia, é necessário utilizar outro método contraceptivo durante pelo menos 90 dias, visto que os ductos localizados à frente do local operado ainda permanecem preenchidos de espermatozoides.
A recuperação é rápida, pouco dolorosa na maioria das vezes, com cuidados higiênicos habituais, sendo orientado, apenas, restrição em relação a trauma local, que pode acontecer ao andar de bicicleta, motocicleta e a cavalo, durante esportes ou em esforços que possibilitem traumas escrotais, por um período de dez dias. É recomendável a abstinência sexual até as feridas operatórias estarem cicatrizadas.
Segundo Ricardo, atualmente, a orientação do Ministério da Saúde é que a idade para fazer vasectomia (que era de 25 anos) seja de 21 anos para esterilização voluntária em pessoas com capacidade civil plena.
Também não é mais necessária a autorização do(a) cônjuge, consentimento que era obrigatório até então. Como pré-requisitos, o homem deve ter, no mínimo, dois filhos vivos ou 21 anos.
Há disponibilidade gratuitamente pelo SUS, através de um processo que se inicia a partir da manifestação do desejo de esterilização por parte do homem, que deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência e expressar a vontade de utilizar o método.
A partir de então, poderá ser avaliado por uma equipe multidisciplinar, composta de urologista, psicólogo, assistente social e, quando pertinente, ginecologista, além da necessidade de consentimento informado livre escrito.
Como se trata de uma esterilização, os pacientes do SUS são submetidos a um questionário detalhado e um tempo de espera de 60 dias para refletirem sobre o assunto. Só depois desse prazo, se o homem continuar com a decisão, a cirurgia é agendada.
Em caso de a vasectomia ser feita pelo plano de saúde, o médico conta que o processo é parecido, sendo necessária a submissão do pedido de autorização do procedimento em conjunto com o termo de consentimento escrito com firma reconhecida em cartório.
Geralmente, a autorização também é dada depois de 60 dias dessa manifestação e após confirmação do desejo realizar o procedimento. A forma como isso acontece depende da padronização de cada operadora de saúde, apesar de serem recomendados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) os mesmos passos realizados pelo SUS.
Ricardo ressalta que pode haver algumas complicações após o procedimento, apesar de facilmente manejáveis. Por isso, é sempre importante o alinhamento pré-operatório, para evitar surpresas desagradáveis e desgastantes.
Algumas delas são: infecção de pele, hematomas e inflamação testicular. Felizmente, podem ser tratadas com medicamentos, suspensório escrotal (bolsa em tecido que é encaixada ao redor do saco escrotal) para aliviar a dor e repouso.
Tardiamente, pode haver a formação de granuloma (um tipo de nódulo) de esperma ou de corpo estranho, evidenciado como um “caroço” interno no local da cirurgia, assim como casos episódios de dor crônica.
“É importante informar que esse procedimento não tem impacto algum na função sexual ou virilidade do homem, apenas cessa sua fertilidade, pois eventualmente alguns homens podem sofrer efeitos psicológicos negativos sobre essas questões”, ressalta Ricardo.
Para quem ainda tem receios sobre a eficácia destes procedimentos, veja a seguir o que dizem os especialistas citados no texto.
Laqueadura: a eficácia do procedimento da laqueadura é de 99,9% de chance de não ter outra gestação;
Vasectomia: assim como a laqueadura, tem mais de 99,9% de eficácia na prevenção da gravidez.
Para mulheres que decidem pela reversão da laqueadura, é possível realizá-la reconstruindo as tubas uterinas com a “reconexão” dos trechos interrompidos pela cirurgia anterior. Após a cicatrização, há novamente a chance de fecundação para que aconteça a gestação. A reversão da laqueadura pode ser feita através do SUS com uma equipe especializada em fertilidade.
No caso da vasectomia, há a cirurgia de tentativa de reversão que, mesmo quando realizada com êxito técnico, não garante a passagem dos espermatozoides, visto que variáveis como grau de fibrose dos ductos remanescentes e função testicular após longo prazo de obstrução (pós-vasectomia) podem interferir nesse resultado. A cirurgia de reversão não é ofertada pelo SUS.
Se você pretende fazer um desses procedimentos, antes de tomar a decisão, leia nosso artigo sobre "ter ou não o segundo filho” para te ajudar a refletir sobre a questão. E, claro, também há situações em que a pessoa não pensa em ter filhos e, se esse é o seu caso, apontamos pontos importantes sobre ter ou não ter filhos para te guiar nas suas escolhas de vida.
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