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Mais Abraços // Segunda-feira 10 Fevereiro, 2025 // #gravidez, #tentantes, #métodos
A maternidade é um sonho compartilhado por muitas mulheres, e o método ROPA vem ganhando destaque como uma solução inovadora para casais homoafetivos femininos que desejam ter um filho biológico de duas mães.
Hoje, vamos explorar o que é o método ROPA, para quem é indicado, como funciona e os detalhes que tornam essa técnica especial.
O método ROPA (Recepção de Óvulos da Parceira) é uma técnica de reprodução assistida derivada da fertilização in vitro (FIV). "É um procedimento utilizado por casais homoafetivos femininos no qual uma parceira fornece os óvulos, enquanto a outra parceira gera o bebê", explica Fernanda Mastrocola, médica ginecologista especialista em reprodução humana.
"Isso possibilita a participação de ambas no processo reprodutivo", completa Fernanda.
Quer dizer, o que é ROPA? É um tipo de FIV voltado para a maternidade homoafetiva. Nesse método, uma das parceiras doa os óvulos, que são fertilizados em laboratório com espermatozoides de um doador anônimo. Em seguida, os embriões são transferidos para o útero da outra parceira, que carrega a gravidez até o nascimento.
Assim, ambas as mães participam do processo: uma fornece o material genético e a outra vivencia a gestação, fortalecendo o vínculo entre o casal e o bebê.
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O método ROPA tem um foco muito específico: casais de mulheres que desejam passar por uma gravidez. "Este método é indicado para casais homoafetivos femininos, possibilitando assim que ambas participem ativamente da gestação", explica Fernanda.
Outros fatores podem influenciar a escolha do método ROPA, como:
Idade: A qualidade dos óvulos diminui com o tempo, tornando ideal a realização do procedimento antes dos 35 anos;
Saúde reprodutiva: A mulher que doa os óvulos deve ter boas condições ovarianas, e a receptora deve ter um útero saudável;
Desejo compartilhado: É uma opção para casais que desejam compartilhar igualmente as etapas da maternidade.
Por determinação do Conselho Federal de Medicina, as mulheres só podem realizar procedimentos de reprodução assistida até a idade máxima de 50 anos.
Já para a doação de óvulos, o limite é 37 anos. Quer dizer: quem vai doar os óvulos, precisa ter menos de 37 anos, e quem vai receber o embrião, menos de 50.
Além disso, é necessário que elas sejam casadas ou em uma união estável, estarem de acordo com o procedimento e assinarem um termo de consentimento.
O método ROPA, como outros métodos de reprodução assistida, envolve etapas bem definidas, acompanhadas por uma equipe de especialistas. São elas:
Avaliação inicial: Ambas as mulheres passam por exames para verificar a saúde geral e a saúde reprodutiva;
Estimulação ovariana: A mulher que doará os óvulos recebe medicamentos para estimular a produção de óvulos;
Coleta de óvulos: Os óvulos são coletados em um procedimento rápido e indolor;
Fertilização: Os óvulos são fertilizados em laboratório com espermatozoides de um doador;
Transferência de embrião: O embrião desenvolvido é transferido para o útero da outra parceira.
Acompanhamento da gestação: A mulher que carrega o bebê é acompanhada durante toda a gravidez para garantir sua saúde e a do bebê.
As taxas de sucesso no ROPA são semelhantes às da fertilização in vitro convencional, variando entre 40% e 60% por ciclo.
Segundo a especialista, essas taxas dependem principalmente de fatores como:
Idade da parceira que fornecerá os óvulos;
Qualidade dos óvulos;
Qualidade dos embriões;
Saúde uterina da parceira receptora.
"É importante fazer uma investigação completa antes de iniciar o tratamento e avaliar as melhores chances de sucesso e possíveis fatores que podem ser corrigidos", diz Fernanda. O acompanhamento de especialistas é essencial para aumentar as chances de sucesso do procedimento.
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Um dos aspectos mais fascinantes do método ROPA é a possibilidade de ambas as mães influenciarem biologicamente o bebê.
Embora apenas uma forneça o DNA, quem carrega a gestação também exerce um papel importante através da epigenética, tornando possível gerar um filho biológico de duas mães.
A epigenética estuda como fatores externos podem modificar a expressão dos genes sem alterar o DNA em si. Durante a gravidez, o ambiente uterino é fundamental para determinar quais genes do embrião serão ativados ou silenciados.
"Através da epigenética alguns genes podem ser ativados e outros bloqueados, modulando algumas características da criança", explica Fernanda. "A mãe que gesta tem a capacidade de modular esses genes, possibilitando com que a criança desenvolva algumas características mesmo sem ser sua mãe genética", completa.
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No Brasil, a criança nascida através do método ROPA tem o direito de ser registrada com o nome das duas mães, assim como em outros casos de maternidade homoafetiva.
Para realizar o registro, é necessário apresentar a declaração de nascido vivo e o termo de consentimento assinado pelas parceiras. A legislação brasileira reconhece a multiparentalidade: as duas parceiras são mães da criança.
Caso tenha dúvidas ou precise de orientação, é recomendável buscar assistência jurídica. Um advogado especializado pode ajudar a garantir que todos os requisitos legais sejam cumpridos e que os direitos de ambas as mães e da criança sejam reconhecidos.
O método ROPA é uma opção incrível para casais homoafetivos femininos que desejam viver a maternidade de forma compartilhada e significativa.
Com avanços na reprodução assistida e no reconhecimento legal dessas famílias, o sonho de ter um filho biológico de duas mães se torna cada vez mais acessível e emocionante.
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