Tem certeza de que deseja excluir o produto Vale-presente?
Mais Abraços // Terça-feira 17 Setembro, 2024 // #filhos, #gravidez, #família
Você já passou pela primeira gestação e está em um momento de indecisão se deve ter ou não o segundo filho? De fato, passado aquele furacão dos primeiros anos de vida da criança, pode surgir a dúvida de uma segunda gestação. A resposta final pertence só ao casal!
Porém, para te ajudar a refletir sobre ter ou não o segundo filho - junto ao(à) seu(sua) companheiro(a) -, levantamos alguns pontos que, geralmente, aparecem por diversos motivos: financeiros, desejos pessoais e até o impacto que uma outra criança pode causar na família.
Antes de falarmos sobre ter ou não o segundo filho, vamos citar alguns dados bastante significativos em relação a taxa de fecundidade (média de quantos filhos as mulheres têm ao longo da vida reprodutiva) no Brasil.
Coletados em 2021 pelo Observatório Nacional da Família, os números mostram a evolução histórica recente nas famílias e a idade em que as mulheres têm o primeiro filho:
A taxa de fecundidade no Brasil diminuiu de 6,28 para 1,87 em 50 anos (1960 a 2010). Em 2030 deve alcançar o patamar de 1,5;
O tamanho médio das famílias brasileiras diminuiu de 3,62 pessoas em 2008 para 3,07 em 2018;
Mulheres com mais de 8 anos de estudos têm, em média, metade do número de filhos das que têm até 3 anos de estudo;
O desejo por mais filhos diminui com o aumento da idade da mulher, caindo de 72,9%, entre as jovens de 15 a 19 anos, a 40,2% na faixa dos 25 a 29 anos e a 13% entre 35 e 39 anos.
O estudo concluiu que o número médio de filhos por mulher vem se reduzindo no Brasil desde a década de 1960 por diversas razões. Uma delas é o aumento da escolaridade, em que a mulher dá preferência pelos estudos a constituir famílias. Também foi observado que a vontade de ter mais filhos diminui com o aumento da idade da mulher.
Em primeiro lugar, devemos destacar que não há um momento certo para ter o segundo filho. A decisão depende de muitos fatores que estão envolvidos na rotina do casal. Um dos principais motivos que pesam para ter a segunda gestação é já existir uma criança ali que demanda atenção, dedicação, além de energia física e mental.
Portanto, ter segunda gestação é uma decisão íntima que dependerá, em grande parte, do casal sentir que está preparado para dar a outro bebê o mesmo carinho que o irmão mais velho recebe enquanto filho único.
Para Regina Wirgues Ramos, psicóloga especialista em resiliência, o momento certo é quando a escolha de ter um próximo filho é permeada de responsabilidade, maturidade e com consciência do que se quer na vida, com a certeza de que será para sempre.
“Ter um segundo filho com responsabilidade envolve várias questões, pois será um desafio em dobro e as responsabilidades duplicam, tanto no sentido financeiro, como no emocional”, diz Regina.
Ela continua: “Muitas vezes, vem a insegurança se os pais serão capazes de dar o sustento necessário, bem como o suporte emocional. Por outro lado, um filho traz várias alegrias e, por conta do medo, nunca tomaremos a decisão, mas se pensarmos que somos capazes e, por eles, faremos mais ainda, a decisão será tomada”.
Alguns aspectos econômicos e logísticos podem impactar a decisão de ter ou não o segundo filho e, de fato, a geração atual tem um outro tipo de vida, enfrentando desafios diferentes do dos pais, pois o mundo mudou muito.
Regina ressalta que, hoje, a relação que as pessoas têm com o trabalho exige muito mais energia e esforço e, como consequência, a rede de apoio também mudou. Hoje, as pessoas estão totalmente focadas em trabalhar e, muitas vezes, não têm com quem contar para ajudar nos cuidados com a criança.
“Por mais que você trabalhe bastante, tenha um bom salário e se sinta seguro de que irá prover o que seu filho vai precisar, é importante observar a questão do tempo e estar disponível para o novo membro da família e para o irmão mais velho. Este é um alerta na hora da decisão”, conta a psicóloga.
Listamos alguns dilemas que costumam levar as pessoas a se questionarem sobre ter mais que um filho único. Um ponto em comum entre as dúvidas é a mudança que uma segunda criança causaria na rotina da família:
Preocupações com as condições financeiras futuras;
Não ter uma rede de apoio para ajudar a cuidar da criança;
Medo de faltar preparo emocional para enfrentar a nova fase;
Um dos parceiros pode ficar sobrecarregado no dia a dia;
Falta de tempo para se dedicar ao segundo filho;
Pressão da sociedade e da família para ter uma segunda gestação;
Receio de reações negativas por parte do irmão mais velho.
De fato, um novo membro afeta a dinâmica familiar! O primeiro filho já é uma escola, então temos que nos lembrar que, quando chega o segundo filho, vocês já saberão lidar com inúmeras situações cotidianas.
“Fica mais fácil se tivermos aprendido com as experiências anteriores e ter conhecimento de como funciona cada etapa da vida da criança. Quando vivemos cada fase da criança de forma presente, é simples passar pela mesma experiência”, destaca Regina.
Porém, há chances de irmão mais velho, antes filho único, ter dificuldades de se adaptar a essa grande mudança familiar. Para que a nova fase seja bem-vinda e sem conflitos ou incômodos, veja recomendações de como preparar o primeiro filho para que saiba que, a partir de determinado momento, não será mais filho único.
É importante nessa etapa que o irmão mais velho, então filho único, se sinta seguro do carinho e do espaço que tem na família. Se decidirem ter o segundo filho, envolvam o primogênito nos preparativos para a chegada do novo integrante.
Neste sentido, dedique atenção às necessidades do primeiro filho para que sinta que não perdeu espaço nesta nova família. Lembre-se que a hierarquia dentro das relações familiares deve ser sempre respeitada.
“Quem veio primeiro ocupa um lugar especial dentro do núcleo familiar e não só ele, mas todos devem se sentir pertencentes, inclusos e amorosamente amados. Separe um tempinho do seu dia para demonstrar amor e cuidado ao seu primeiro filho”, sugere a profissional.
Adaptar-se a um novo irmãozinho é mais fácil do que parece. Confira outras dicas para preparar o irmão mais velho para a chegada do segundo filho, desde a descoberta da gravidez até a volta para casa com o recém-nascido.
Tenha certeza de que, na segunda gravidez, você já estará familiarizada com as mudanças do seu corpo e também já o conhece melhor. Isso permitirá que retorne à experiência da gestação com mais tranquilidade, pois muitas das dúvidas e medos ficaram para trás.
Você também terá a possibilidade de planejar aquelas coisas que, talvez, não teve oportunidade de proporcionar ao seu primeiro bebê. Agora que sabe exatamente de que vai precisar, se antecipar será mais fácil.
Um último conselho da psicóloga é que, se olharmos só pelo lado das dificuldades nunca teremos filhos. "Se você souber se esquematizar você pode ter um, dois ou três e saber administrar a sua rotina, seu trabalho, sua vida e a de seus filhos. Nada é impossível!", finaliza.
Sabemos que é uma grande decisão ter filhos, porque envolve uma série de fatores sociais e desejos pessoais. Leia nossa reflexão sobre ter ou não ter filhos em que apontamos as principais razões que fazem as pessoas se questionarem.
Compartilhe: