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Mais Abraços // Segunda-feira 13 Novembro, 2023 // #utero, #utero retrovertido, #saude
O útero é o órgão do sistema reprodutor feminino responsável por abrigar o bebê ao longo dos nove meses de gestação. Ele tem um formato parecido com o de uma pêra de cabeça para baixo e costuma estar ligeiramente inclinado na direção do umbigo. Só que, em algumas mulheres, essa estrutura não fica exatamente nesta posição. Em cerca de 20 a 25% delas, segundo alguns levantamentos americanos, o útero está “virado” para o outro lado, e aponta para o reto ou para a coluna vertebral. Falamos aqui de uma condição conhecida na medicina como útero retrovertido.
Mas será que esse posicionamento diferente causa algum problema à saúde da mulher ou pode impedir uma gravidez? Confira as respostas para estas e uma série de outras perguntas ao longo deste artigo.
Como explicado anteriormente, o útero retrovertido é uma situação em que esse órgão essencial à reprodução se encontra mais inclinado em direção às costas, e não à barriga, como costuma ser o mais usual.
Segundo a Cleveland Clinic, dos Estados Unidos, trata-se de uma condição relativamente comum, que não está necessariamente ligada a uma doença ou a uma queixa de saúde.
Ou seja: muitas mulheres apresentam essa anatomia “alternativa” do útero e nem sabem, pois não apresentam nenhum sinal — e isso também não gera nenhum prejuízo a elas.
Mas há, sim, uma parcela dessas pacientes que sofrem com incômodos, como você verá a seguir.
Um artigo assinado por pesquisadores da Virginia Tech e de outras instituições americanas aponta que as principais pistas dessa condição são:
Dor na região da pelve;
Dor durante a menstruação;
Dor durante a relação sexual, especialmente em algumas posições específicas;
Incontinência urinária;
Dificuldade para inserir absorventes internos.
Quando esses sintomas aparecem, é importante consultar um médico para uma avaliação mais detalhada. Uma dúvida que muitas mulheres têm é se o útero retrovertido está relacionado a problemas de fertilidade.
De acordo com a Cleveland Clinic, o tema é controverso, mas não existem evidências de que uma coisa tenha a ver com a outra.
Os especialistas que assinam o artigo apontam que, muitas vezes, o útero retrovertido acontece em mulheres que sofrem de outros problemas de saúde que dificultam a gravidez.
É o caso, por exemplo, da endometriose, de fibroses uterinas (ou miomas), e da doença inflamatória pélvica.
Vale acrescentar que o útero retrovertido não afeta a gestação, tampouco atrapalha na hora do parto. Segundo os especialistas, conforme o útero cresce ao longo dos nove meses, ele naturalmente muda de posição para acomodar o bebê em desenvolvimento e todos os órgãos da região pélvica e abdominal.
A Cleveland Clinic esclarece que muitas mulheres já nascem com essa configuração do útero. Em outras, a condição se desenvolve ao longo da vida.
E isso pode acontecer por uma série de motivos. Um deles são as “aderências” na pelve, uma espécie de tecido cicatrizado que surge depois de cirurgias ou infecções. Essa estrutura acaba “puxando” o útero para o outro lado.
Doenças como a endometriose também podem provocar o fenômeno.
Uma terceira causa possível é o parto, que alonga e enfraquece os músculos e os ligamentos responsáveis por dar suporte ao útero.
Para fechar a lista, a menopausa é um fator que deve sempre ser considerado em mulheres mais velhas. Isso porque, nessa fase da vida, os músculos que dão suporte à pelve ficam mais fracos devido à queda na produção de um hormônio chamado estrogênio. Com isso, os ligamentos que “seguram” o útero podem deixar de cumprir o trabalho adequadamente e o órgão “vira” para trás, em direção às costas.
A detecção do útero retrovertido pode ser feita no próprio consultório. O médico realiza um exame pélvico, em que analisa a região com as mãos e com auxílio de alguns instrumentos básicos. A partir daí, o especialista pode determinar para qual lado o útero da paciente está pendendo. Geralmente, o especialista mais indicado para realizar esse tipo de exame é o ginecologista.
O achado pode ser confirmado através de um exame de imagem, como o ultrassom transvaginal.
O útero retrovertido não é uma doença. Portanto, tratamentos só são indicados quando a mulher sente muita dor ou apresenta alguma outra dificuldade relacionada à posição do órgão.
Quando há algum incômodo, o primeiro passo para melhorar a situação envolve tratar a condição que causa o útero retrovertido, o que já ajuda a melhorar os sintomas. Outro passo básico é realizar uma série de exercícios que fortalecem os músculos da pelve, responsáveis por dar o suporte necessário aos órgãos dessa região do corpo sob a orientação de um fisioterapeuta.
Um artigo publicado pela Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, reforça que os tais exercícios pélvicos, que contraem e relaxam os músculos da região, podem ajudar bastante. Outra atitude recomendada pelos representantes dessa instituição americana é evitar as posições sexuais que geram dor e preferir aquelas em que a mulher se sente mais confortável.
Uma terceira alternativa são os pessários, pequenos dispositivos de borracha ou silicone que são inseridos pela vagina e servem de suporte ao útero, permitindo que ele mude de posição aos poucos.
Por fim, caso o útero retrovertido cause muitos incômodos, como dores intensas e frequentes, ou tenha várias consequências à saúde, é possível partir para a cirurgia. Durante a operação, os profissionais conseguem posicionar o órgão para que ele fique inclinado em direção ao abdômen.
Em casos mais graves, uma última possibilidade é realizar uma histerectomia, o procedimento em que o útero é removido por completo. Mas vale sempre ressaltar: tudo começa com o diagnóstico adequado. Portanto, dores na região pélvica que não melhoram ou dificuldades para engravidar devem sempre passar pela avaliação de um profissional da saúde.
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