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Mais Abraços // Quinta-feira 1 Outubro, 2020 // #passinho, #relato, #cuidados, #amor, #maternidade
O autocuidado que sustenta a nossa rede de apoio
A gente entra na maternidade cheias de expectativas. E aí, num misto de querer dar conta de tudo e ao mesmo tempo jogar tudo pro alto, cansaço e coração apertam. A gente procura paz, silêncio, companhia, apoio! De onde virá a mão estendida que permitirá a esta mãe um pouco de respiro? Quem poderá me ajudar?? Na nossa mente paira aquela imagem da rede de apoio “dos sonhos”: Mãe, sogra, madrinha e amigas, todas disponíveis e num revezamento perfeito que nos permite banho, descanso e unhas feitas! Doce ilusão, pura fantasia.. afinal, na melhor das hipóteses, essas pessoas têm também suas próprias rotinas!!
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Olho pro puerpério complexo e intenso da minha primeira filha e vejo tão claramente a minha expectativa frustrada. A ajuda até vinha, mas não da maneira que eu esperava e eu me sentia só, achando que se não fosse “daquela maneira”, nem adiantava! Eu lá, nadando nesse mar imprevisível que é a maternidade, e na hora que vem aquele caldo de perder o ar, ao invés de me agarrar na boia branca que me ofereciam, eu gritava que queria uma pink de bolinhas amarelas! Não bastasse a solidão que já sentia, me isolava ainda mais. E doía.
Foi então, depois de muita amargura e raiva, que percebi que a verdadeira rede de apoio surge quando nos livramos das nossas próprias expectativas! Receber apoio e companhia para o nosso maternar é urgente, mas criar expectativas quanto à maneira como ele irá chegar, abre um abismo infalível de frustração e dor. Meu coração, então, me chamou na xinxa e comecei um processo de cura de mim mesma!
Primeiro, deixei de lado toda a fantasia que construí acerca da “ajuda perfeita”. “Cada um dá o que pode, ou o que quer”, acreditei. Passei a receber tudo de bom grado, o famoso pegar o limão e transformá-lo em limonada (ou em caipirinha!). Parando de reclamar e começando a agradecer, eu despertei e tive um insight: Na verdade, seja lá o que estou precisando, não será fora de mim que vou encontrar. E então o martelo que ecoava “quem poderá me ajudar?”, virou a música “Como EU irei me resgatar?”. EU PRECISO ME CUIDAR.
Com aceitação e autocuidado, o dia a dia vai fazendo mais sentido e encontramos alívio e companhia — muitas vezes de nós mesmas — nas ações mais simples… ao encontrar na internet um texto como este, por exemplo! Ou um espaço assim seguro de troca entre mães, ou um pé descalço na grama. Estes e vários outros momentos podem ser os pontos de uma grande rede em que podemos nos apoiar, e respirar! Decidir olhar para os encontros comigo mesma em cada oportunidade, mesmo quando caos, cansaço e solidão foi o que me aliviou e ainda me alivia — neste segundo puerpério que estou vivendo — do peso e da expectativa, e ainda liberta quem está ao meu redor da “obrigação” de me salvar! A leveza vem daí.. do dar-se conta que o mundo que se manifesta ao nosso redor é reflexo de como levamos nossa balada interna. É real, eu juro.
Não é fácil e não é de uma hora pra outra. Aqui aconteceu após uma quase depressão. Mas é possível e pode ser um mergulho interno extraordinário! É maravilhosa a possibilidade de construir nossa própria rede, muito mais forte, segura e autêntica! E daqui a pouco você vai rever a sua história e se orgulhar do tamanho da força, proteção e firmeza que você pôde conceder a você mesma.
Confia: Conta comigo, conta com a gente, mesmo! Conta. Me conta, eu estou aqui. Este espaço existe e é real. Ele pode facilitar a sua vida! Podemos te escutar também.. Fica à vontade, desabafa! Ou só absorve e silencia, se preferir. Pode gritar pro mundo e compartilhar, se isso te aliviar. Estamos aqui para ser um dos pontos da sua rede, pra te apoiar.
Com amor e um abraço apertado,
de mãe para mães,
Flávia Rubim.
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